quarta-feira, 29 de março de 2017

Sete casas

Tudo bem que a Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes ao fundo tenta roubar a cena, mas nós chamamos a atenção para outros personagens. Pés no chão, liberdade... Crianças brincam na rua conhecida como "das sete casas", no coração da Barra do Itapemirim dos anos setenta.

Infâncias e juventudes diversas foram forjadas com pés nos chão, nas ruas de terra da Barra, da Cidade Nova, do Centro e de tantos outros cantos que compõem nossa Marataízes. Sem qualquer exagero, podemos afirmar que essa fotografia consegue sintetizar o espírito, a atmosfera de uma época. Poucas geringonças eletrônicas, muitas brincadeiras nas ruas: pique-pega, pique-esconde, pique-alto, pique-bandeira, pique-qualquer-coisa, "boleba" (ou "bilosca" ou, ainda, "bola de gude"), pião, "golzinho fechado", pipa, guerrinha de mamona, entre tantas outras brincadeiras eram parte da rotina. Daria até para fazer uma enciclopédia das brincadeiras de rua (será que existe?).

Enfim, essa Barra ainda habita corações e mentes meio "sebastianistas", sabe?.. Será que, mesmo em sentido oposto à correnteza, ainda dá para resgatar esse espírito, essa atmosfera? Um tempo que corria mais devagar e que, ainda assim, passou depressa demais.


Imagem compartilhada por Isabella Marinuzzi.

segunda-feira, 27 de março de 2017

Longe

De um tempo em que as distâncias eram um pouco maiores, a nossa Pérola no início dos anos oitenta. A avenida ainda não era pavimentada do antigo "Chalé 70" em direção ao "Xodó", o que aumentava a sensação da "lonjura" entre o centro e aquele badalado point da época. Pausa. Um suspiro para o "Xodó". Outro grande para o "Veleiros"...


Registro de Sergio de Camargo Baena.

sexta-feira, 24 de março de 2017

Voo

Convidamos a todos para um voo ao ano de 1989.

Imagens fantásticas de uma Marataízes que deixou saudades. As ruas sem calçamento e a Praia Principal (ou Central) em seu formato original, com areias brancas e finas, chamam a atenção. Um dos primeiros "focos" do vídeo foi para a então recém-inaugurada ponte lingando a Barra do Itapemirim ao Pontal. Também merece destaque ocupação ainda não consolidada de diversos bairros do balneário, que ainda integrava o município de Itapemirim.

À Lagoa do Meio, um comentário especial. Bem maior do que hoje em dia, ela ocupava praticamente todo o lado oposto aos bairros Cidade Nova e Arraias. Conseguimos imaginar como a Lagoa do Meio poderia (e ainda pode, na verdade) estar em uma situação bem diferente daquela que, de forma triste, somos forçados a ver.

O filme é acompanhado de uma trilha sonora que nos faz entrar no clima de paz que ele nos transmite. Feito em uma manhã ensolarada a partir de um sobrevoo de ultraleve (os voos de ultraleve faziam muito sucesso na época), o vídeo, editado e compartilhado por Ronald Mignone a partir de imagens de Marcus Waiandt Filho, é um registro de uma época espetacular e, claro, extremamente saudosa.

Chequem os equipamentos de segurança e bom passeio!

terça-feira, 21 de março de 2017

Esperando na estação

A imagem abaixo foi publicada originalmente no antigo portal "Marataizes.tur", responsável por registrar o passado e divulgar as belezas do nosso município.

Trata-se da estação da Estrada de Ferro Itapemirim localizada na Barra do Itapemirim, próximo ao Trapiche e ao Porto. A fotografia dada dos anos 40 do último século e, apesar da baixa resolução, é possível ver algumas pessoas aglomeradas ao redor da locomotiva, retratando o dinamismo social e econômico trazido pela linha férrea.


segunda-feira, 20 de março de 2017

Baixa temporada


A chamada "alta temporada" costumava durar alguns meses. Desde os últimos dias de novembro, algumas casas de veraneio já ganhavam retoques para receber os seus moradores. Passavam dezembro, janeiro e fevereiro, indo embora geralmente após o carnaval. Aqueles que podiam esticar um pouco mais, retardavam a volta para as suas cidades de origem para depois da Festa das Canoas, no segundo domingo de março. Boa parte voltava na "Semana Santa", no feriado de "Corpus Christi" e nas férias de julho.

Agosto, setembro, outubro e a maior parte do mês de novembro serviam para alimentar a saudade dos moradores de temporada.  Também eram dias de calmaria nas ruas da cidade. A imagem acima, compartilhada por Bel Meleipe Peixoto, mostra exatamente o bucolismo em frente ao Praia Hotel, nos anos setenta. Maratimbas caminham tranquilamente com seus balaios certamente carregados. Ao fundo vemos a Igreja de Nossa Senhora da Penha ainda em seu formato original, assim como a Praia Principal.

Um clima de paz único que ainda habita a memória saudosa de muitos amantes da Pérola Capixaba.

quarta-feira, 15 de março de 2017

Estrada

Um registro da década de cinquenta, provavelmente durante o governo de Francisco Lacerda de Aguiar, nos traz a construção da Rodovia Safra x Marataízes, na altura do centro de Marataízes.


Temos aqui o contexto do avanço da indústria automobilística que tornaria obsoleto, em pouco tempo, o transporte pela estrada de ferro.

A imagem foi compartilhada na rede por Marisa Gonçalves Mignone.

segunda-feira, 13 de março de 2017

Praça

A sempre movimentada praça da Barra do Itapemirim nos anos sessenta do último século. 


Observamos o seu casario. Essas fachadas ainda podem ser vistas em alguma parte, mesmo que mutiladas, conferindo ao lugar uma aura histórica que, em todo o município, só pode ser sentida na Barra e em algumas ruas da região central. 

Também chama a atenção a linha férrea. Não é difícil imaginar o dinamismo - não apenas econômico - trazido pelos trilhos para a localidade. A memória associada ao trem em Marataízes atualmente está restrita aos galpões da oficina da Estrada de Ferro Itapemirim, a poucos metros da praça, e à estação do centro.

As pessoas parecem posar para a foto, algo comum num tempo em que, inexistentes ferramentas tecnológicas aliadas ao descartável, se pensava um pouco mais no valor do registro para a posteridade. Também é fácil supor o desejo dos presentes, mesmo sem saber que são essas pessoas, de mostrar uma parte de sua rotina, da qual deviam se orgulhar. 

A imagem compõe o valioso acervo da família Soares, mantido por Ivilisi Soares de Azevedo. Esta e outras fotografias estiveram expostas na antiga sede da Associação Cristã Beneficente - ACB.