quarta-feira, 26 de julho de 2017

A força do café

O registro abaixo mostra a primeira página da demonstração da receita e da despesa do município de Itapemirim durante o mês de março de 1893. Parte do "Fundo Fazenda", depositado no Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, o documento é datado de abril daquele ano e deixa evidente a importância dos impostos cobrados sobre a exportação do café para o município. Do total de tributos arrecadados, mais de 95% estava diretamente relacionado ao comércio do grão pelo porto da Barra do Itapemirim.


É razoável inferir, portanto, que a extrema dependência do café para as finanças municipais foi crucial para a decadência econômica da região na medida em que, a partir dos governos republicanos, a capital capixaba recebia maiores investimentos em melhorias na infraestrutura logística para a exportação, retirando o protagonismo do porto da Barra do Itapemirim.

Da mesma forma, é aceitável a conclusão de que, ainda em 1893, apesar das inúmeras dificuldades operacionais no porto da Barra, era intensa movimentação de grandes navios cargueiros na chamada "Boca da Barra" (ponto de ancoragem possível dado o baixíssimo calado nas margens mais próximas ao Trapiche dos Soares). Geralmente, as embarcações vinham de Salvador e do Rio de Janeiro para carregar seus porões com o café produzido na região sul capixaba e no norte da zona da mata mineira. 

O documento foi compartilhado por Victor de Moura.

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