quarta-feira, 29 de abril de 2015

Arrastão!



Marataízes, Praia Principal, em 1969. Trazida à rede por Sylvio Carvalho, esta preciosidade mostra um traço identitário do autêntico maratimba (e, mais, do "maratimba marataizense")! 

O "arrastão" sempre reunia dezenas e, dependendo da fartura, mais de uma centena de pessoas para verificar de perto a sorte dos pescadores e, por vezes, levar algumas olhudas, roncadores e outros peixes menores. Os turistas ficavam maravilhados com todo aquele movimento. As crianças, os "maratimbinhas", se juntavam aos mais velhos na puxada da rede. Alguns observavam de longe, se deliciando com aquela cena pitoresca. 

O "arrastão" era um evento!


terça-feira, 28 de abril de 2015

Ainda um sopro da velha Barra

Mesmo com o avanço das construções mais modernas, com fachadas pastilhadas, guarda-corpos em alumínio, vidros blindex e outras maravilhas da arquitetura contemporânea, a Rua Capitão Miguel Sad, situada na Barra do Itapemirim, ainda arranca suspiros de moradores e de todos que transitam por ela. Uma verdadeira viagem no tempo, nos conduzindo a um período de intenso movimento e de grande prosperidade para a Barra que - guardadas as proporções para não exagerar na comparação - vivia a sua "Belle Époque".


Provavelmente registrada na década de 1950 e compartilhada na rede pelo Professor e Historiador Luciano Retore Moreno, a imagem mostra populares no centro da rua e no passeio, além de muitas crianças (uma delas segura um bambolê, outras estão sentadas no chão), em um exercício cada vez mais incomum da sociabilidade. Outro detalhe que nos prende a atenção são os postes do telégrafo, que contou durante longos anos com os serviços do telegrafista Rui Barbosa, ilustre morador do local. 

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Pontal, Barra e tudo o mais



Apesar de a resolução não ser das melhores, consideramos esta imagem fantástica! Ela nos traz uma vista panorâmica de toda a área urbana de Marataízes nos primeiros anos do século XX. Conseguimos ver um adensamento populacional maior apenas na Barra do Itapemirim e na parte do Pontal que aparece na fotografia, mostrando a importância dessas comunidades para a formação do atual município de Marataízes.

O registro chegou ao nosso conhecimento através do antigo site "Marataizes,tur", que prestou grandes serviços para o turismo de nosso município enquanto esteve no ar.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

O "Monstrengo" da Praia da Colônia


Praia da Colônia, em data indefinida, provavelmente nos anos 1950.

Sergio Garschagen, responsável por disponibilizar esta imagem na rede, assim identificou: "Monstrengo III, dos gêmeos Garcia". Em comentário, Carlos Fernando Lima disse que estes barcos, também chamados de "bote a pano", como lembrou Ronald Mignone em suas "Crônicas da História de Marataízes", começaram a ser substituídos na década de 60 do último século pelos inconfundíveis "tó, tó, tó".

Fato é que o registro nos leva a uma Marataízes cheia de bucolismo, cujo tempo navegava não movido a "tó, tó, tó", tampouco pelos moderníssimos propulsores que hoje equipam boa parte das embarcações maratimbas, mas a bordo de um desses "bote a pano". 

Garschagen ainda nos brinda com uma divertida (e quase trágica) história envolvendo os gêmeos Paulo e Felinto Garcia, donos do "Monstrengo". Desfrutem! 

"A história do naufrágio está no livro "Parece que foi Ontem", mal escrito por mim. Tarde de sol. Paulo, Felinto e eu resolvemos velejar. Empurrando o Monstrengo para a água, um velho pescador se aproximou e avisou: "Meninos, o tempo vai mudar. Fosse vocês nao ia não". Os gêmeos, sempre intrépidos, nao quiseram ouvir o conselho do homem. Resolvi ficar em terra. Confiei no conselho, mas até hoje nao sei em que ele se baseou para afirmar que o tempo ia mudar. O fato é que quando os dois marujos sairam de Marata e se afastaram da praia, o tempo realmente mudou. Vela rasgada, remos atirados na água, o Monstrengo ficou à deriva até o anoitecer, quando a tempestade deu uma amainada. Eles nao viam um palmo à frente ou de lado. De repente o barco emborca com uma onda forte, parte-se ao meio e eles, assustados, acharam que iam morrer afogados. Mas - surpresa! -por sorte estavam praticamente na areia, no final da praia de Itaoca. Chegaram em casa, trôpegos, cansados de tanto andar às 2 horas da madrugada, com os bombeiros vasculhando a costa capixaba e parentes rezando, esperando pelo pior. Esta é apenas uma das inúmeras histórias dos gêmeos".

terça-feira, 21 de abril de 2015

Camping do Siri nos áureos "anos 70"

Vista aérea do "Camping do Siri", um dos campings mais conceituados de toda a América do Sul, de acordo com publicações especializadas. O estabelecimento atrai para Marataízes milhares de turistas do Brasil e de vários países da América e até da Europa. O movimento é intenso durante todo o ano, tanto na alta quanto na baixa temporada.

Registrada na última década de 70, a imagem foi transformada em um quadro que está exposto em uma das dependências do camping. A foto do quadro foi feita por Gleice Campos.


segunda-feira, 20 de abril de 2015

Memória: caminho entre o antes e o depois

Longe da profundidade exigida pelas discussões conceituais, pensamos ser suficiente a definição sobre memória do ilustre historiador francês Jacques Le Goff presente em seu clássico "História e Memória". Segundo o estudioso, "a memória é a propriedade de conservar certas informações, propriedade que se refere a um conjunto de funções psíquicas que permite ao indivíduo atualizar impressões ou informações passadas, ou reinterpretadas como passadas".

Ousamos em nossa proposta compilar memórias. Esta é a intenção maior do projeto "Memória Marataízes", nascido de forma despretensiosa em março do ano passado em uma rede social: articular diferentes memórias, independentemente das motivações para sua existência, da época a que ela remete, das pessoas envolvidas, enfim, a preocupação é tão somente entender e desvendar impressões individuais e sociais que digam respeito a Marataízes.

E o que exatamente motivou o projeto? Para resumir, a carência. Em que pesem esforços no sentido de manter de pé parte do patrimônio material do município, especialmente no lugar em que a teima faz com que insistamos chamar de "sítio histórico" da Barra do Itapemirim (excetuando o Trapiche e o casario antigo, que merecem atenção), vemos se perder o lado imaterial, que se situa muitas das vezes no campo do intangível. Daí diagnosticamos a dita carência e a necessidade de oferecer, mínima que seja, uma contribuição para preservar parcela das memórias, mesmo sob a contínua ameaça do monstro da efemeridade que habita esses meios virtuais.

Não adicionamos quem não quisesse ser adicionado, não nos associamos ao poder público, não fizemos promoções para conquistarmos adeptos de ocasião, nada disso. Deixamos as pessoas bem à vontade. Todos que desejarem participar dessa viagem serão sempre bem-vindos!

E, agora, vamos mais além! Queremos aproveitar esse novo espaço para divulgar notícias, projetos e outras ações - da sociedade civil, empresariais ou governamentais - em favor da Cultura em Marataízes e região. A "Memória Marataízes" quer ainda ser palco para discussões, publicações de artigos, ensaios e estudos em geral sobre nossa cidade e municípios vizinhos. Nossa ambição é, sim, suspirar por nossas memórias, alimentando a nossa nostalgia, mas também entender o nosso presente e realizar uma "amarração", com base nesse entendimento presente e nas boas referências do passado, buscando perspectivas sadias para o nosso futuro.

Esta casa é de todos!